Estamos todos os dias deparando com as necessidades da dependência
virtual, e, para nós gestores logísticos essa nova forma de dependência
dar-se o nome de Infovias Eletrônicas, ‘modal virtual’. Antigamente o fluxo de informações baseava-se em papel, hoje
estas informações são gerenciadas eletronicamente pelas ferramentas da
TI (Tecnologia da Informação), e, como consequências vem a redução dos
custos logísticos, aperfeiçoamento dos serviços e melhoria na oferta de
informação ao cliente.
Na modernidade capitalista TI é fundamental para entender as complicadas cadeias de suprimento e a multimodalidade. O modal infoviário usa a internet como uma grande via onde se
“navega”, transportando informação, utilizando como veiculo as soluções
web em TI. Dentro da literatura do setor de transportes e de logística,
temos tradicionalmente cinco modais de transportes, divididos em: modal
aquaviário (e suas divisões em marítimo, fluvial e lacustre); modal
terrestre; modal ferroviário; modal aéreo; modal dutoviário. O transporte dutoviário talvez seja o menos conhecido pelas
pessoas, porém suas operações se realizam através de dutos (tubulações),
transportando cargas fluidas e em alguns momentos cargas sólidas
(experiência já realizada através de cápsulas). Um grande exemplo de
operações dutoviárias são as movimentações de petróleo e gás da
Petrobras.
Por outro lado apesar de não ser reconhecido pelo literatura, o
‘modal virtual’ é um novo meio de transporte de produtos/serviços que
vem sendo aplicado de diversas formas e em diferentes níveis de
negócios, visando entregar os produtos de forma mais rápida, com menos
estoques a um menor custo. A internet tem desafiado a mentalidade empresarial
tradicional, gerando mudanças organizacionais e ampliando as fronteiras
geográficas dos negócios (Lumpkin e Dess, 2004). A sua velocidade de expansão é impressionante, tendo atingido
50 milhões de usuários em 5 anos, enquanto outras tecnologias ou formas
de comunicação levaram bem mais do que isso: a TV a cabo levou 10 anos
para atingir 50 milhões de usuários, o computador levou 11 anos, o
telefone, 16 anos, a televisão levou 18 anos e o rádio, 38 anos (Rayport
e Jaworki, 2001).
A estratégia de quem usa o modal virtual é integrar um
ambiente composto de diferentes estruturas cuja finalidade é competir
com maior flexibilidade de inovação. Esta é a mais nova tendência mundial a nível de modal
logístico, na verdade apesar de não ser reconhecido cientificamente
como tal, ele é o sexto modal, na verdade o mais poderoso dos modais
pelos paradigmas envolvidos em sua definição, as aplicações potenciais e
os benefícios esperados, além de uma descrição do que pode ser
considerado como o mais acessível por todas as classes sociais.
O ‘modal virtual’ é todo sistema de entrega de um produto não
físico, entregue ao cliente ou consumidor via internet ou por
transmissão eletrônica de dados. Um produto passível da participação deste modal apresenta
também os conceitos básicos dos demais modais, porém para sua
concretização 99 % depende de sua integração com o modal virtual. A designação de ‘modal virtual’ é bastante complexa e
discutida, principalmente por se tratar de uma modalidade que embora na
prática não seja nova, ainda é muito pouco citada, a maioria das
citações existentes sobre modais de transportes envolve o conceito de
entrega de cargas, indicando especificamente um produto físico, não
existindo, portanto, a possibilidade de entrega virtual.
Entende-se que produto é todo o fruto da conjugação de
esforços e recursos visando o atendimento das necessidades de um
consumidor ou cliente. Sob este aspecto, o ‘modal virtual’ atende uma necessidade de um consumidor ou cliente, substituto a um outro processo de modal. O ‘modal virtual’ é o modal infoviário, sendo este caracterizado mais pelo aspecto da informação enviada. Na verdade o avanço da tecnologia da informação criou um novo
modal de transporte, o infoviário, na infovia, trafegam quantidades
enormes de dados para facilitar e agilizar os processos no transporte de
cargas. Os operadores logísticos operam toda a inteligência da rede
logística, da origem ao destino final é nesse contexto que se estabelece
o chamado “transporte infoviário”, com a internet como a grande via,
onde se “navega” transportando informação, utilizando como veículos as
soluções web em TI, aliadas às novas tecnologias em telemática.
Porém, percebe-se um esforço muito grande das organizações em
resolver as questões logísticas através de soluções em software livre,
como um buscador corporativo – coisa que nem o Google tem – além de
portais corporativos, consultoria web para cadeias de suprimentos, de
“pacotes de software” homologados pela Receita Federal (Siscomex) para
gestão de operadores portuários, gestão de exportação e de faturamento
para recintos alfandegados; gestão de instalações portuárias
alfandegadas; visualização gráfica de pátios de cargas e contêineres;
além de monitoramento e rastreamento de veículos em tempo real, acabam
sendo exemplos de interações cibernéticas logísticas.
Os produtos que tem frequente atendimento pelo ‘modal virtual’
são: a música em formato MP3, livros eletrônicos ou e-books, filmes em
Pay Per View (PPV), serviços em EAD (Educação à Distância) e softwares
construídos sob encomenda, o download legal de filmes pela Internet,
isso sem falar nos milhões de pessoas que se conhecem e interagem via
internet sem um local físico de interação, muitas vezes, jamais chegarem
a se conhecer pessoalmente. A expansão e consolidação do modal virtual como meio de
negócios é um fato inevitável e irreversível, as vantagens apresentadas
vão desde a redução de custos com estoques, atendendo o preâmbulo
competitivo do conceito de just in time, custos de embalagens e
transportes até mesmo à disponibilidade e redução das fronteiras para o
consumidor, devido ao seu poder de alcance e capacidade. A convergência
de diversas tecnologias oferece infinitas possibilidades de produtos e
serviços.
Muitos são os comentários sobre esse novo modal de transporte.
Porém, em nossa literatura esse novo conceito ainda está pouco
difundido. A contribuição desse novo modal para as atividades logísticas é
de extrema importância, sendo que é através dele que são
“transportadas” as informações necessárias para o correto fluxo da
comunicação, tão importante no meio logístico. É nesse modal que está
nosso futuro e nele a resolução da maioria dos gargalos logísticos
existentes.
Vale ressaltar o exemplo das notas fiscais eletrônicas que
trouxe grandes benefícios como a redução da burocracia, problema este
que assolava o sistema de transporte, emperrando processos e fazia com
que o tempo de entrega de mercadorias em alguns casos é muito demorado. Apesar de pouco comentado, na pratica o modal virtual já faz
parte do cotidiano da Logística há algum tempo. O transporte e a
movimentação de informações está cada vez mais velozes, permitindo assim
que se tenha eficiência e eficácia nos processos logísticos. É o futuro da logística que adentrou pela era virtual onde o
reverso é acelerar cada vez mais na busca da perfeição inovando cada dia
o interagir entre o produto e o cliente.
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